6 de outubro de 2014

Sobre mim - Parte 2


Olá de novo!

Pensei em escrever agora, com minha malinha pronta pra ir pro hospital aqui do lado antes que eu passasse pela cirurgia, para contar um pouco sobre a punção e o resultado.

Se você não tem muita ideia sobre o que estou falando, clique aqui e veja a postagem anterior a essa.


Como eu dizia, conseguimos marcar a punção para uma data próxima. Chegamos lá, consultório bacana, maquininha de café com alguns tipos de bebidas diferentes, biscoitinhos, lixeira com sensor de aproximação, banheiro imaculado... Tudo que remetia a um consultório de confiança, e claro, caro.

Infelizmente, se fossemos marcar a punção pelo plano, iria demorar mais de um mês para conseguir vaga e meu caso era urgente. Conclusão que tivemos de ir a uma clinica particular, mas muito bem indicada pela médica, inclusive com indicação de com qual profissional fazer... Coisas da vida, né? Plano pra que, se quando você precisa, só tem vaga pro ano seguinte? Mas enfim, pelo menos fui fazer.

 Antes de entrar no consultório, eu tive que colocar uma sapatilha de TNT (sabe aquele tecidinho de festa?), e claro que não fui eu quem calçou sozinha, foi com o auxílio de uma maquininha engraçada que nunca tinha visto na vida, que deixa lá a sapatilhazinha já aberta só para você encaixar o pé nela e puxar pra tirar dali, muito chique.

Dentro do consultório já entrei um tanto apreensiva, porque eu não tinha muita ideia de como seria o exame. O que eu sabia sobre punção era que tinha que enfiar uma agulha no nódulo e puxar, mas chegando lá, vi que era guiada por ultrassonografia, mas isso não diminuiu meu pavor, pois eu ainda teria uma agulha sendo espetada no meu pescoço.



Dei uma olhada na sala, como quem não quer nada. Bem arrumadinha, decorada, aparelho de ultra ao lado da cama... Até aí, nada suspeito. Até que eu dou uma espiadinha numa bancada ao lado da pia e tenho um vislumbre do meu algoz, mas não  consegui ver direito, só a embalagem da seringa. Note-se que eu não fiquei zanzando pelo consultório, estava esperando o médico entrar sentadinha na maca, por isso não cheguei perto da tal bancada, que estava um pouco longe de mim. Mas quando perguntei minha mãe, ela disse que parecia uma agulha daquelas de insulina, e eu ACHO que fiquei menos estressada.

Quando o médico entrou, me fez perguntas e começou o exame fazendo uma ultra do meu pescoço, para ter certeza de onde estavam os nódulos e comparando com a ultra anterior. Ao fim disso eu nem quis mais olhar nada, porque ele começaria a punção.

Ainda bem que ele foi uma indicação maravilhosa de profissional, não tenho absolutamente nada a reclamar dele. Me explicou o que estava acontecendo, me manteve calma até onde pôde.

 O exame foi assim: ele estava com aquele sensor da ultra no local e ia penetrando a agulha no nódulo. Minha mãe disse que ele fazia olhando pelo monitor do ultrassom e que ele devia ser realmente um dos melhores, porque não é fácil segurar o sensor, puncionar um nódulo e ainda ficar punhetando a agulha e puxando o embolo da seringa pra fazer essa raspagem do nódulo que, ao contrário do que eu pensava, tinha algum tipo de solução dentro, sei lá..tipo babaloo, que era só enfiar e puxar uma gosma verde haha

 Ele ia me falando conforme o que ia fazendo. Eu fui puncionar 1 nódulo da tireoide e 2 gânglios que estavam alterados, ou seja, 3 agulhadas no meu pescoço!

Ele disse que seria a mesma dor de quando a gente vai tirar sangue, e realmente é. Mas eu estava tão nervosa na primeira, por não saber o que esperar de dor, que acabei chorando um pouco de nervoso e junto com a tensão da hora fez ser um pouco dolorida a primeira, mas a próxima não doeu tanto, porque eu estava mais calma.

A que ele deixou por ultimo, no entanto, foi mais incômoda porque foi a da tireoide, então parecia que a agulha ia furar minha garganta! Quando cheguei perto do meu limite, finalmente a agonia cessou. Ele colheu um material sanguinolento, distribuiu em laminas e deu o que restava na seringa para que nós levássemos ao laboratório para fazer outro tipo de exame.

 Daí finalmente vi a agulha... E a seringa... E oh meu Deus... Era beeeem comprida, mas fina. Sei que fiquei feliz de não ter conseguido ver antes, e ter feito o exame achando que era uma agulha de insulina...céus...

Mas enfim, nada de outro mundo, dor suportável.

O que pegou foi que TODOS os nódulos incharam depois do exame e ficaram doloridos. Mas parece que isso é comum de acontecer, ainda mais que estou com vários.

 Depois da punção feita, mais uma agonia de espera pra saber o resultado e acabou que meus medos se concretizaram e sim, lá estava eu com câncer de novo. Os médicos disseram que não tem relação com o que tive anteriormente, de ovário, mas mesmo assim não tem espírito que possa ficar em paz com essa situação. Futuramente marcarei consulta com um oncogeneticista - sim, isso existe - para que sejam feitos exames para saber se tenho propensão a câncer em outros lugares do corpo.

 Com o laudo em mãos, o médico pôde programar a cirurgia, que está marcado para o dia 07/10/2014 às 16:30h, ou seja, provavelmente no dia que isso esteja sendo lido. Caso você esteja lendo, peço encarecidamente que pense em mim e mande energias positivas pra que eu passe bem por mais essa.

 Vou ganhar uma cicatriz bem grandinha no pescoço ao que parece, pois os nódulos estão como mais ou menos da ponta do lóbulo da orelha até a base do pescoço na frente - os malignos - porque tem alguns benignos do lado esquerdo...já viu né! Acho que vou aproveitar e falar pra ele costurar uns parafusos, um de cada lado do pescoço pra fazer estilo o monstro de Frankenstein!

 Minhas considerações finais são que estou com mais medo de perder a voz do que qualquer outra coisa, meus alunos vão ficar sem aula por um mês e depois de já ter passado por 4 grandes cirurgias meus medos vão aumentando... Já pensou se a anestesia não pega e eu fico sentindo dor sem poder me comunicar? ? Te odeio, Hollywood!!

No próximo que eu escrever, conto pra vocês como foi a cirurgia e se eu ainda vou ter minha linda voz! Que medo...



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